Sociedade, tecnologia e natureza: filosofia para os problemas contemporâneos

Ementa:

Segundo o filósofo Pierre Lévy, “as relações entre os homens, o trabalho,e a própria inteligência depende, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos.” A tecnologia na Era da inteligência artificial está operando uma verdadeira revolução nas bases fundamentais da conduta humana e certamente será cada vez mais debatida nas escolas nas próximas décadas. Além do forte apelo emocional, do imediatismo, da efemeridade das informações, das análises superficiais, a cultura digital  “tem colocado à prova a própria noção de verdade”, podendo significar uma ameaça para a capacidade da inteligência humana de discernir entre a realidade natural da realidade artificialmente sintetizada. No universo do estudante a verdade sobre o fato real passou a ter menos importância do que a opinião individual construída sem o auxílio do conhecimento, conduzindo, desse modo, à proliferação de falsidades no meio digital. No confuso e frenético perspectivismo da chamada era da pós-verdade a superexposição, a criação e compartilhamento de conteúdo pessoal falso ou duvidoso nas redes sociais, tem subvertido valores da sociedade civil, e recolocado “as fronteiras entre o público e o privado.”

É imprescindível, portanto, “que a escola compreenda e incorpore as novas tecnologias e seus modos de funcionamento, e que eduque para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital.” A reflexão filosófica crítica e compartilhada em áreas como a ontologia, a epistemologia, a ética e a filosofia política, articuladas com os problemas e questões da atualidade e do universo dos estudantes “em escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e integradora”,  podem contribuir ativamente no exercício das competências e habilidades docentes e no desenvolvimento do protagonismo crítico e ético dos estudantes.

O estabelecimento de um acordo entre os interlocutores

• 1-Apresentação e sensibilização para o tema: Sociedade, ciência e tecnologia.
  
  Foco no tema:
• 02-O ideal de domínio característico da modernidade (G. Galileu, F. Bacon, R. Descartes, Iluminismo, Kant) Da revolução industrial para a inteligência digital artificial: consequências culturais e ambientais (História e Sociologia).

• 03-Apresentação dos conceitos de Racionalidade instrumental, sociedade do consumo da Escola de Frankfurt (T. Adorno, M. Horkheimer) e modernidade líquida (Z. Bauman)

• 04-Apresentação de alguns problemas, conceitos e autores da Filosofia da Tecnologia (Heidegger, H. Dreyfus, P. Levy).
  
  Parada complementar:
• 05-Videos (Steve Cuts, Ponto de Mutação, Wall-E) e material complementar.
  
  Parada obrigatória:
• 06-Atividades de aprofundamento.

Ética e verdade na cultura digital

• 01-Apresentação e sensibilização para o tema: Ética e verdade na cultura digital.

• 02-Contextualização e definição da era da pós-verdade. 
  
  
• 03-O papel da filosofia na era da desinformação: o que é a verdade?  Da correspondência para a perspectiva. A linguagem e a tecnologia: a nova retórica da cultura digital.
  
  
• 04-A necessidade de uma ética da tecnologia digital. Inteligência artificial mediando as interpelações humanas - salvação ou colapso?

Filosofia e crise ambiental

• 01 - Apresentação e sensibilização para o tema: Filosofia e crise ambiental.

• 02 - Os humanos e a natureza na filosofia antiga (pré-socráticos, Platão, Aristóteles, Estoicismo, Epicurismo)
  
  
• 03 – A virada ambiental. Qual é o valor da vida? Ética dos humanos ou ética ambiental?
  
  
• 04 - Filosofia da natureza ou filosofia para a natureza? O re-nascer da terra. Hans Jonas e a ecologia crítica; Peter Singer e o sofrimento dos animais; Arne Naess e a ecologia profunda; Aldo Leopold e a Ética da terra; Ailton Krenak, Davi Kopenawa e a visão dos povos originários do Brasil.